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Audiência Pública denuncia fechamento de 280 agências e precarização do trabalho.

O fechamento de 280 agências do Banco Santander em todo o Estado e o uso de manobras para contratação de trabalhadores que exercem funções similares aos dos bancários, …

ícone relógio18/06/2025 às 17:49:49- atualizado em  
Audiência Pública denuncia fechamento de 280 agências e precarização do trabalho.

O fechamento de 280 agências do Banco Santander em todo o Estado e o uso de manobras para contratação de trabalhadores que exercem funções similares aos dos bancários, com salários mais baixos, menores benefícios e direitos foram denunciadas na audiência pública promovida pelo deputado Luiz Claudio Marcolino, na segunda-feira, 16/6, que reuniu sindicalistas, lideranças, bancários, vereadores do interior do Estado.

Marcada por protestos e informações de como o banco Santander tem operado as fraudes à legislação trabalhista, a audiência registrou como ocorrem as terceirizações irregulares, exclusão bancária de parcela da população idosa e quais impactos provocados pelo fechamento de agências.

Na abertura do evento o deputado Luiz Claudio Marcolino classificou como controverso e ilegal, o que o Santander esta fazendo ao fechar agências, pontos de 374 pontos de atendimento em todo o Estado nos últimos dois anos, constituir cerca de 20 empresas e contratar terceirizados para exercer funções de bancários. “ O banco demite bancários e os recontrata por empresas coligadas, para atuarem no mesmo ambiente, mas com menos direitos. Isso configura fraude trabalhista, pois mantém um vínculo empregatício real apenas disfarçado por outro CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica)”. O deputado ressaltou que as desativações dificultaram o acesso ao sistema bancário, principalmente em pequenas cidades. “Muitas agências históricas e pioneiras eram únicas em municípios no interior. Hoje muitas foram reclassificadas como agências de negócios, sem caixas, sem atendimento universal. Isso configura fraude na função bancária tradicional”, defendeu o parlamentar.

Fraude trabalhista e sindical

Uma das questões pontuada pelos sindicalistas é que a política de terceirizações adotada pelo Santander enfraquece a representatividade sindical ao fragmentar a categoria. Para as lideranças das entidades dos bancários as burlas praticadas pelo banco espanhol sediado no Brasil é a retirada da proteção sindical, precarização dos trabalhadores do ramo financeiro.
Na avaliação da presidente da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito (Fetec), Aline Molina, a estratégia do banco é retirar direitos e desorganizar o movimento sindical. Na mesma linha, a Neiva Maria Ribeiro, do Sindicato dos Bancários, disse que o Santander se recusa ao diálogo e pratica ações antissindicais sistemáticas.
A integrante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro Rita Berlofa alertou que o Santander esta criando uma ação de ataque aos trabalhadores, que pode inspirar outros bancos usarem o mesmo método.

Coordenadora da Comissão de Organização de Empregados (COE Santander), Wanessa Queiroz lamentou o impacto de gênero com os desligamentos recentes na empresa. “As mulheres passaram de 59% para 46%”, frisou.

Já Maria Rosani, presidente da Associação dos Funcionários do Grupo Santander Banespa, Banesprev e Cabesp (Afubesp) denunciou a tentativa do Santander de desmontar o fundo de previdência e plano de saúde, o que pode afetar a renda vitalícia de mais de 11 mil idosos. “Isso é uma violência patrimonial, institucional e psicológica”, criticou.

Ainda participaram da audiência Raimundo Suzart, da Central Única dos Trabalhadores (CUT-SP), lembrou que o Santander apoiou os ataques à presidenta Dilma, o que demonstra seu pouco apreço à democracia.

Próximos passos

No encerramento do evento o deputado Luiz Cláudio Marcolino propôs vários encaminhamentos, entre os quais o requerimento de convocação do representante do Santander perante a Comissão de Administração Pública e Relações do Trabalho da Alesp e a apresentação de um projeto de lei para impedir o fechamento de agências pioneiras, especialmente em cidades onde o banco detém contratos com prefeituras.

Foto: Alesp/ Bruna Sampaio

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